
ASAS DE MARCÉU
Newton Baiandeira
Feito Fernão
Na rota do sol
Céus infinitos
Nuvens de fino algodão
Malabarismos ao léu
O meu limite é condor
Feito Capelo
Meu beija-flor a rolar
Por primaveras astrais
Desembrulhar horizontes
Feito Gaivota
Deixar a fonte jorrar
Vão minhas asas adiante
Do que viver navegar.
NAVEGAR
Newton Baiandeira
Rosa dos ventos
Estrela-guia
À calmaria meu barco vai
Velas além do cais
Onde o sol houver brilhar eu vou
Terras distantes por descobrir
Mares além
O amor me tem seu navegante
Imensidões
Riscos a ver
E o transcender me leva e me traz
Se me compraz
Do que viver
Meu navegar é mais
MÍNIMA PRECE
Newton Baiandeira
É mar quem gota se faz
Há que ser gota o homem humilde
De sua simplicidade à imensidão do mar
há que navegar-se de vidas e sonhos
Sal da cruz, sal da terra, sal do mar: a tríade!
Céus e anjos em curvaturas agradecerão tão honraria.
HOMEM SEM TERRA II
Newton Baiandeira
Quando olho as estrelas
Fico cego de distâncias
Contando silêncios
Surdo à babel
Só me vejo e a elas
Me dou ao seu pulsar
Encharcado de azul
Criança em mim
Quando estou no céu
Sou um homem sem terra
Até que amanheça
E minha alma desça
Ao navegar do caos.
SERENATA DA RECOMPOSIÇÃO
Newton Baiandeira
Da pedra em que paira a luz
o brilho cega o olhar.
Pedra lisa... Lua itabirana.
Que belo horizonte vê o olho
que mira do velho Pico do Cauê
além dos trilhos de um velho trem!
Forja o mar, deságua os olhos o cantador.
Coração de ferro/fogo na bigorna.
Enluarou, a pedra se destrona
Soberana, minha alma madruga,
Inteira... Intacta.
ARTISTAS
Newton Baiandeira
Mãos que se dão
Almas que vão
O artesão
Tecendo o infinito
No acontecer da arte
Parte de nós acende a luz
Transcende a cruz
Cavalga ao som da brisa
No dorso da inocência
Pa(Z)ciência, arte, sedução
Mundo dos homens!
O que há de diferente aqui na terra
É arte, vida, nada mais!
*Imagem Google