OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





segunda-feira, 26 de setembro de 2011

E ENTÃO, MESMO À DOR, CANTAR



UM BALÉ
Newton Baiandeira

Vai bailarina, à roda,
Dizer que a terra gira
Que o tempo não pára.
E que nada se compara à
magnitude do ser imperfeito
E poder sonhar, concertos e
consertos a ver.
O equilíbrio, ei-lo arte!

Vida é movimento, dance!

PÉ DE PACIÊNCIA
Newton Baiandeira

O sol setembra, lembra o girassol
O raiar da nova estação
É primavera, Vera beija a flor
Ascender-se à chama do amor

Tem um pé de paciência
Por detrás das saliências
Tem um pé de paciência
Por detrás do pé de sal

O sol setembra, lembra o araçá
Vendo a primavera chegar
O arco-íris pousa no quintal
Feito fogo no matagal

Regar a flor no jardim, colher amor em mim.

MERGULHAR-SE
Newton Baiandeira

A vida ocorre ao seu redor, chora?
Há que trazê-la a si, menina!
Há que felina saltar ao léu, bailar
Ao som dessa magnitude de existir.

Há que lançar-se aos céus.
Há que navegar sem medos.
Os rochedos? Não vêem a nós!
Nós necessitamos de obstáculos
Pra sermos, inteiramente, felizes!

De uma felicidade conquistada à dor
Então, construída e habitada por nós
De alma e corpo, enfim, deuses.

O ápice? Os orgasmos? Pertencem aos
conquistadores! Cabem aos vencedores,
navegantes do caos; aos que fazem doar
essências ao bem, à paz, à harmonia das vidas,
à canção do universo.
Mergulhe no verso e a poesia te agradecerá,
Emprestar-lhe-á arrepios ao corpo, sonhos à vida,
orgasmos à alma!

Precisamos nos dedicar mais às imperfeições. São elas as coisas mais perfeitas que existem.

NESSES TEMPOS
Newton Baiandeira

Nesses tempos em que liberdade
Vias de nova ordem mundial
Se traduz em invadir países
Em que as diretrizes da moral
Nos revelam padrões de postura ilegal

Em que a paz nos aponta armas
Á procura de bélicas razões
Rolam lágrimas de petróleo
Democrático imbróglio de nações

Há que ser pessoa e ser pessoa é mais que ser
Resistir, sentir, não se omitir, calar, morrer

Nesse instante em que a obra prima
É tecer elogios ao banal
Misturar nada e qualquer coisa
Nivelar pra que fique tudo igual
De padrões a brasões
À lavagem geral
Nos quintais da lavanderia
À procura de ilógicas vazões
Rolam lágrimas, crocodilos
Anunciam retóricas, cisões

Há que ser pessoa e ser pessoa é mais que ter
Resistir, sentir, não se omitir, não se render

E então, mesmo à dor, cantar!

AMÉRICA DO AMOR
Newton Baiandeira

Nada poderá
Atrapalhar meus planos
Tudo que juntei
Por todos esses anos

Sonhos por viver
Na dimensão da vida
Trilhas que paguei
Viagens proibidas

Nada impedirá meus planos
De romper o tempo, voar

Sou uma mulher americana
Neolatina, além do Equador
Infinita, livre, leve e solta
Ave de alma exposta, meu amor

Nada no mundo se cria
Tudo se transforma em mim
Loba regada de luas de marfim

Libertas Quae Sera Tamen
Na linha do Equador
Na plenitude da América do amor

E o encantar-se de luas e encantar o mundo. Ei-la, e então revoluta, Mulher!

Imagem Google

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MIRAR-SE, CONTEMPLAR-SE, DESCOBRIR-SE EM ONDAS



DEVANEIOS
Newton Baiandeira.

Penso, logo desisto! Eis que a perfeição só existe
no plural, como estado. Ou negue-se a Roda!

Ou pare o mundo!

DESCOBRIR-SE
Newton Baiandeira

Descobri-se, ir-se então a si, ao mundo.
Dar-se de vez ao sonho, guardar a si livre.

Tão vasto o mundo, tão largo o sonho, farto é o desejo
O sorriso a oferecer à parcela de sol conquistada
E nada impedirá seu sonho de romper o tempo, voar.

No ápice do viver/conviver a vida,
Achar-se então perdida na própria beleza.
Tonta de si, ávida de mais do que mais houver
E a vida a sobrar-lhe oferecida, intensa, imensa.

Há que fazer-se da terra em transe
Há que ressurgir de cada fogo
Há que se banhar de toda água
Há que tomar o mel de todo bálsamo

Mais que o arcanjo, anjo,
Há que ser mulher e dar á luz
Há que iluminar o universo
Há que imortalizar os homens

Pra que a eternidade não compreendida
Se faça à vida, pelo belo, pelo simples, pelo frágil
Pela inocência, ao equilíbrio, à consciência, enfim,
De que o universo, tenho pra mim, se chama Mulher!

Imensidões, infinitos, universo a desvendar.

CONTEMPLAR
Newton Baiandeira

Contemplando o horizonte
Reflito a fundo instante
Eis que de infinito preciso
Urge que de dor eu cante

E nem houvera juízo pra tanto amor
Que nem há que amor explicar-se, ora!
Fora isso, nem dois disso!

Dou-me as asas vestir
E, pássaro, entrego-me ao vento
Vôos famintos, adentro-me ao luzir

Então e tudo é só silêncio que desmorona
Amor que se destrona, falta que cavuca

E todo dia tenho que às dores
Emprestar vôos de águias e condores,
Por tão amores que esse peito inventa

Terra, maluca de jogar pedra
E esse meu coração que não medra
E essa minh’alma que já não se agüenta

Antes, em que perguntas
Se me aprumo, sem rumo, pra quê?
Se vou, se volto ou o quê?
Não mais sob medidas e pesos
Não mais preso a justificativas
Vou aonde não há perguntas buscar respostas.

Então e tudo é só silêncio que desmorona!

SETE MIRAR-SE
Newton Baiandeira

Contemplar-se às sete faces do espelho.
Entranhar-se às sete curvas da alma.

E, à calma, o amor aflorando a pele, após
rasgar o peito e abrir o coração ao mel/sal
da vida; achar-se, enfim, além do chão.

E, à palma da mão o bálsamo e a lâmina.

Ser ou não ser? Há que seja, há que vá!
Viver é um perigo, o perigo está à curva.

E não há reta precisa, inviolável, que leve
ao amor imenso, que ache o amor intenso.

Há que ser e ir.
Há que o amor seguir
Há de ser forte à lida
Há que ser toda à vida!

Mirar-se, admirar-se, descobrir-se única!

DE ONDULOSIDADES
Newton Baiandeira

Ondas me encantam
De mares e montanhas
Sou e vou, alma mergulhada
Em saltos, altos e baixos.

Às vezes, me desmontanho
E se Minas não tem mar
Faço-me aMAR o Rio

Deixo-me escorrer ao Corcovado,
Olhos de doze profetas no Cristo Redentor.

Longe o mar, eu cá de novo ao deslizar de serras
Montanhas ondulantes a muito mais que antes
A me entranhar de alívios, de contar corcovas
Às finas covas de meu eu quando findar.

Montanhas e mares, ondulares, pulsares em mim!

Imagem Google

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O EQUILÍBRIO À LUZ DO GIRO



BAILARINA
Newton Baiandeira

Há que a bailarina girar até que a alma se desprenda.

Tão equilíbrio, e o olhar despedaçado do fiel espectador.
Permanente observação de cada movimento ao traço.
Completa entrega do relógio ao tempo.
Não cabe ao olhar a dança, só o passo.

E, à providencial inquietude, a recém descoberta: não
são os seus olhos que rodam, é sua alma que conta
frangalhos.
É o amor que lhe diz que: vida é movimento, dance!
A cada giro, a certeza de um mundo infinito, deu-se
Asas e voou, ares de baryshnikov.

E a bailarina vê no olhar que a mira seu próprio olhar
a ver-se.

(E O GIRAR, FEITO A TERRA, EM TORNO DO PRÓPRIO EIXO. NB)


POR VIAS E VEIAS
Newton Baiandeira

Nas minhas veias te vejo a correr em fuga.
Vez e meia sinto na alma essa ruga.

Nas vias te caço a tão cansaço e falta de prumo.
Nas teias te traço, curvas e retas de emaranhado
rumo, rotas que levam a solidões e ausências.

Ah, dor que dói grande!
Em que te expandes, eis-me e então, lava de um
vulcão que se fingia extinto.

Ah, paixão que me dilacera!
Também, pudera, esse coração torto há pouco se
fingia de morto. Há que, agora e só, rogar pragas
no amor.

Ah, sangria desatada! Ai, quão aguda dor!
Fosse um condor e correria aos céus.
Mas, nem cabe a céus curar vigarices!

Você passa e nem dá olhos, e nem liga
Corre, ocorre, escorre em minha veia.
E ainda, mal educada, me diz vazios de boca cheia?

(EM QUE PASSO O OLHAR NEM HÁ MAIS PRA VER. NB)


VIAGEM
Newton Baiandeira

Agora eu sigo as ruas do azul
Arrebatado, pleno de magia
Mergulho na utopia, em busca
de tudo que eu possa somar ao
concreto que me circunda.

(ÀS VEZES, SALTA-NOS DO CORPO A ALMA, E TUDO ACONTECE. NB)

DE ALMA LAVADA
Newton Baiandeira

A chuva cai, lavadoira! Plim, plim, plim!
Dentro de mim entra e sai pelos olhos.

O que tomas por lágrimas de minha alma
São gotejares de um tempo de fertilidades
ao brotar de flores na terra.

Canteiros verdes, humanos
Semeares de alma florida

(CHOVE EM MIM, REGA CANÇÕES QUE SEMEIO AO MUNDO, ÀS
ALMAS FÉRTEIS. NB)

SONS DO SILÊNCIO
Newton Baiandeira

Não te quero à exata freqüência de minha voz.
Só te quero ouvir como se a sós gritasse seus medos e desejos.

Então, e só aí, beijar-te-ia, a calar qualquer som que não fosse à voz da alma.

(QUE CALE, ENTÃO E FUNDO, O AMOR EM NÓS. NB)

EXAUSTÃO
Newton Baiandeira

O homem do passado levou a terra à exaustão.
No limiar da grande catástrofe, o homem do
presente busca na preservação da natureza, meios
de transformar o que ainda resta num ambiente
digno de acolher as novas gerações.

(MEIO-AMBIENTE: O ÚNICO MEIO DE SALVAR A GENTE! NB)

Imagem Google