OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





quinta-feira, 28 de julho de 2011

CANTO NOSSO DE CADA DIA



PATRIAMÃE
Newton Baiandeira

Amada pátria, mãe
De todas as manhãs
Sagrado coração da terra
O universo respira
Na força de teus pulmões

Os mártires, heróis
Cravados em teu chão
Refletem na explosão dos sinos
Meninos mais brasileiros
Do meu Brasil

Das hostes mais honestas
De virtudes tais
Das artes, atitudes
Velam teus quintais

Amada pátria mãe
Teus filhos geniais
Transformam dor em carnavais

CHORAMINGUANDO
Newton Baiandeira

Nalguma rua do bairro Pará
Um violão anunciava o tom
Um reco-reco vinha celebrar
O anoitecer da terra de Drummond

Um sete cordas passeava em si
Dedos e pensamentos nos bordões
Felicidade ainda morava ali
Entre ruelas, bairros, casarões

O bandolim jorrava poesia
O cavaquinho celebrava a vida
Choro chorado, bem temperado
Tirando lascas da minha paixão
E um sete cordas roendo as bordas
Das pratinelas do meu coração

Rego de choro a flor do abacate
Celebro a arte, “Vila da Utopia”
Choro chorado, bem temperado
Tirando lascas da minha paixão
E um sete cordas roendo as bordas
Das pratinelas do meu coração

ASAS DE MARCÉU
Newton Baiandeira

Feito Fernão na rota do sol
Céus infinitos, nuvens de fino algodão
Malabarismos ao léu, o meu limite é condor

Feito Capelo, meu beija-flor a rolar
Por primaveras astrais, desembrulhar horizontes

Feito Gaivota deixar a fonte jorrar
Vão minhas asas adiante do que viver navegar.

TOCAIA
Newton Baiandeira

Ê! Estradas de Minas, ê!
Ê! Paredes de barro, ê!
Ê! Espelho das águas, ê!
Ê! Apitos de trens, aê!

Espingarda armada, tocaia, ê!
Emboscada na encruzilhada, ê!

Cada serra esconde uma sombra
Cada monte guarda um gemido
Cada voz é um canto de medo
Um segredo bem escondido, ê!

Ê! Estradas de Minas, ê!
Ê! Caminhos que vão pro sol!
Liberdade é filha de lá!
Libertas Quae Sera Tamen!

Todo passo tem que passar por lá!
Toda estrada tem que passar por!
Toda a história passa por Minas!
O país é livre por Minas!
Cada voz é um canto de glória
Na memória viva de Minas, ê!

Ê! Conheço essa estrada, ê!
Ê! Sou filho de minas, ê!
Liberdade da pátria, ê!
Libertas Quae Sera Tamen!

OFICINAS
Newton Baiandeira

A canção que a gente faz
Se refaz em sílabas

Carnavais, temporais
Derramar de mel
Entornar de sal

São infernos, céus, invernos, verões

Nada como antes foi mais será
Estados da alma vão revelar
O sai e entra que se concentra dentro de nós
E na alquimia, à utopia , a poesia se faz

Durante o processo da criação, à alquimia de palavras
e sons, o ir às lavras da alma, às minas do universo, às
nascentes do acontecer da vida; entrar em frangalhos,
saír inteiro e farto. Às vezes, salta-nos do corpo a alma
e tudo acontece. NB Imagem Google

quinta-feira, 14 de julho de 2011

DEIXA-ME CANTAR MEU CANTO



Duas coisas me levam a marte: a felicidade, quando a mim se dá, pra dividi-la com o universo ou, à dor do caos e então, em fuga.

TRÊS PORTAS
Newton Baiandeira

Então
Quando o amor nos vem pela porta da frente
É como bálsamo que cura a solidão da gente
Feito uma luva que se encaixa
Em cada dedo, em cada mão
Feito um laço que se ajeita ao nó da ilusão

Então
Quando esse amor se vai pela porta do fundo
O coração, inconformado, quer matar o mundo
E no suplício da saudade
Sobre a cratera do vulcão
O que foi felicidade, agora é solidão

E quando a solidão se vai pela porta do lado
O coração pulsando, o peito já cicatrizado
Refaz a casa com cuidado
Enfeita de ramos de flor
Batem na porta da frente, chega um novo amor.

Ouvir a música:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DrZhcOYmv5Bg&h=fAQDb0UMN

ANJOS
Newton Baiandeira

São Gabriel
São Rafael
Meu São Miguel Arcanjo

Meu Querubim
Pede por mim
Cuida de mim, meu anjo

Virtudes soltas no gás
Quero a fortuna da paz
Meu Serafim do além
Guarda meus passos, amém!
Protege o meu coração
De toda desilusão

Asas de Deus,
Cuidem dos meus
Doces irmãos da arte

Fazei de nós
Dedos de Vós
Pintando em toda parte

Todas as formas da cor
Um arco-íris do amor
Meu anjo, São Gabriel
Guarda-me dentro do céu
Meu São Miguel Arcanjo
Cuida de mim, meu anjo.

Ouvir a música:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.myspace.com%2Fnewtonbaiandeira2%2Fmusic%2Fsongs%2Fanjos-67396256&h=-AQCN_Gip

DE BEM COM A VIDA
Newton Baiandeira

Enquanto eu viver
Quero estar de bem com a vida
Cantando os tributos
Do amor à liberdade
Se alguém perguntar pela dor
Diga alegria
Valeu cada verso que fiz à igualdade

E quando eu morrer, por favor,
Joguem meus restos
Distante do meu traidor
E cantem mil canções
Em sustenidos, bemóis
E somem os contras e prós
E deixem brotar girassóis
No meu jardim

Ouvir a música:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DIqvdlUKLH94&h=fAQCpNaD5

FIOS DA CANÇÃO
Newton Baiandeira/Luiz Bira

Canta uma canção
Que transforme a terra num coração
Que desfaça a guerra e a multidão possa cantar

A canção da gente, da semente, do brotar
Mas, que de repente, do viver, do festejar
Violão, punhal, estrela, bela manhã
Canta o canto dela, vida, cheira hortelã

Lâminas da vida, estrada, fios da canção
Fazei o plantio do sonho em nós

Ouvir a música:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D8WTQk5FziXM&h=FAQC-XUpk

domingo, 3 de julho de 2011

MÚSICA, POESIA, SONORAS LETRAS



BRILHO DE AÇO
Newton Baiandeira

Quando se fala em Ita,de escandaloso amor, minha alma grita. Berro, um som tal qual bater de ferro em céu, ao silencioso sangrar. Estrelas de tolo, fagulhas dançam ao léu, fantástico balé de lâminas.
Ao escarcéu, pulmões talhados em aço e os regurgitares de ferrugem. À cortina/luz, o sapo ainda namora a lua. E o poeta, inevitável, ainda inventa horizontes e futuros, dos quais duvida.
A despeito disso, a arte que lhe é peculiar propõe outros lumes e a Ita, quando Bira, qualquer brilhar outro é mentira.
A tão consolo, a minha alma canta em compasso de trens e solavancos, desafinada.

POR VIAS E VEIAS
Newton Baiandeira

Nas minhas veias te vejo a correr em fuga. Vez e meia, sinto na alma essa ruga.

Nas vias te caço a tão cansaço e falta de prumo. Nas teias te traço, curvas e retas de emaranhado rumo, rotas que levam a solidões e ausências.

Ah, dor que dói grande! Em que te expandes, eis-me e então, lava de um vulcão que se fingia extinto.

Ah, paixão que me dilacera! Também, pudera! Esse coração torto, há pouco se fingia de morto. Há que rogar pragas no amor.

Ai, quão aguda dor! Fosse um condor e correria aos céus. Mas, nem cabe a céus curar vigarices.
Você passa e nem dá olhos. Você corre, e nem liga, em minha veia. E ainda, mal educada, me diz vazios de boca cheia.

DE ETERNO GIRO
Newton Baiandeira

Ah, o amor!
Não fosse a dor,
talvez, não tanto o amasse.
Assim, não há o que lamentar
de seu legado a mim: mel e sal,
inferno e céu, bálsamo, vulcão.

Esse meu coração não cabe em si
de se dar, se perder, se queimar: se
achar, receber, se curar à seiva da vida,
de alma elevada ao tudo e todo orgasmo.

Queima-me! Rasga-me! Recolho meus pedaços
e de novo dou-me ao laminaço, e de novo me infinito aos findares e recomeçares.

Não me haveria vida sem amor ou amor sem chama. Há que se queimar por alcançar o paraíso.
Portanto, cruz pela luz, há que findar esse mundo, a vida não!

ZÉ MIAMI, O PRÓDIGO
Newton Baiandeira

Viver já não lhe cabia
A morte mais seduzia, pois é
Queria matar o mundo
Ó, que desgosto profundo
Com o que pulsa redor
Comprou passagem de ida
Voltar, não quero essa vida
Deixa esse barco afundar

Atravessou o mar
Metendo o pau na pátria amada
Nem lixo pro lixão
Esse sertão não vale nada, sou zé

Involuntário da pátria
Curtido a leite da mátria, foi Zé
Eis que aos primeiros contatos
Já bem cuspia no prato
Que sua fome sanou
E nos states a vida
Deu numa rua perdida
Como a rainha mandou

Atravessou o mar
Quanta saudade da favela, José
E a pátria mãe curtiu
O filho pródigo com sambas, pois é

COISAS DA CAPANGA DA BASTIANA
Newton Baiandeira

Bastiana, lá na minha adolescência:
“Ah, se eu pudesse e meu dinheiro
desse, num havia coisa que eu num
fizesse! Eu ouvia encantado, seus ditos.

Eu, na juventude, ela a ouvir:
Ah, se sesse! Mas, num esse!
Ela, ainda ali, ouvia e retrucava:
Como é que a coisa anda depois
da morte de Miranda!” E eu: “Ué,
quem não tem cão caça com gato,
quem não tem gato, late!”

E ela sempre falava: ”língua de povo
é língua santa, não erra.” Quão desdita,
Bastiana se foi. Mas seus ditos ainda me
ditam rumos de versorrimação.

O CANTADOR
Newton Baiandeira

Eu canto por cantar
Eu componho por prazer
Canto pra penetrar
no universo da mente
Eu vivo da minha voz
Seresteiro, cantador
Canto pra semear
O quebrar das correntes
Canto esperança e fé
Liberdade e união
Canto quem anda a pé
E caminha sem direção
Quem vive ao Deus dará
Quem esmola, pedindo pão
Canto quem semeou
A semente do perdão

UMHOMEM SEM TERRA
Newton Baiandeira

A gente acorda antes do sol sair
Pra dividir os ossos e o porvir da profissão
É cada um no cabo de uma enxada
Em cada légua, uma terra lavrada pra plantar

Num sol de tranças vermelhas
Eu sou um homem sem terra

Ao por-do-sol, agradecer a Deus
Os filhos Teus não perdem a esperança do amanhã
A noite é triste, a viola ponteia
Mesa vazia, a cabeça cheia faz cantar

Nas noites de lua cheia
Eu sou um homem sem terra

A gente dorme, assim como se diz
Fechar os olhos, fingir que é feliz
negar a dor
Se Deus existe, a terra prometida é
uma esperança
Enquanto eu tiver vida, vou sonhar
Nas madrugadas sombrias
Eu sou um homem sem terra.