OLÁ, AMIGOS!
Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira
domingo, 26 de junho de 2011
NO MEU JARDIM DA FANTASIA
DESPENCANDO DEPENADO
Newton Baiandeira
Pássaros são acusados de invasão do espaço aéreo.
E eu, a vida inteira, pensei que o céu fosse deles!
Até, imaginava que existissem antes dos aviões.
Descuidado? Acho que sou mesmo um asno alado!
A quem perguntou se “Eram os Deuses Astronautas”
fica aqui e enfim, mister Erich, a certeza comprovada: Eram Sim!
DE SOMBRAS E SOBRAS
Newton Baiandeira
Há vida em dúvidas e dívidas
Há dívidas entre ter e ser
Há dúvidas entre querer e poder
Sem qualquer sombra de dúvida
Sem qualquer sobra de dívida
Somos o que somos.
E o que somos, nem sempre, é o
que julgamos ser.
Ter não modifica isso. Apenas,
soma-se ao que somos.
Ao fim das contas, nada levamos.
Fica o que fomos, quiçá, sob aplausos.
CARTA LIVRE
Newton Baiandeira
Tronco, mais à cabeça.
Correntes, as de ventos.
Em que sou asas,
não guardo chão pra eternidades.
Liberdade: eis meu tempo e ordem.
À desordem de poderes, acordem-se
em celas, comam-se entre algemas.
Mas, não me sirvam pratos de solidão.
REAL MÁGICO
Newton Baiandeira
Os pés no chão,
mantenho-me em
permanente estado de poesia.
Qualquer descuido da realidade,
abre-se a gaiola, eu me dou a vôos.
ASAS DE AÇO
Newton Baiandeira
Irmãos do sol da América
Filhos do céu azul
Via de regra, eu pássaro, me vou
Pelo espaço
Asas de aço
Faço um compasso
Viro bagaço, enfim
O que será de mim
Se eu não puder voar
Com tantos aviões
Cortando o céu azul
Se meu destino é ave
Clave de sol no azul
Guiai a minha nave
América do sul
FANTASIA
Newton Baiandeira
Mire aquela chama
Que brilha lá no céu
É a estrela do oriente
É a promessa de uma nova luz
Há esperança em cada alegoria
Há tanta coisa pra se ver
Há tanta dança nessa fantasia
Tanta poesia a se viver
Vai, pega essa estrada
Já não há perigo
Brota do trigo uma nova flor
Vê, quanto caminho
Sozinho a te esperar
Vai, escolha sua estrada!
Siga as pegadas dessa nova luz
Vá, não pare nunca
Que esta vida é linda
E a dor só finda
Quando a gente ri!
NA CURVA DA ESTAÇÃO
por volta dos anos 1970
Newton Baiandeira
Tudo encaixa como luva
Lá na “Curva da Estação”
Pra casadas e viúvas
E solteiras da paixão
Destilarem ódios tais
Que pedrais fazem tremer
Seus maridos estiveram
Ou estão no cabaré
Homens de ferro, sem pudor
Vão buscar amor
Garotos loucos de paixão
A primeira diversão
Meninas doces como mel
Gatas de bordel
Fazem da curva da estação
Um pedaço do céu
Tudo ocorre num só porre
Lá na “Curva da Estação”
Bailarinas, moças finas
De divinas proporções
É pagamento da Vale
Quanto vale uma paixão?
Não importa, Inez é morta
Lá na “Curva da Estação”
terça-feira, 14 de junho de 2011
DE ALMA LEVE, AO VENTO
MUSA
Newton Baiandeira
Os olhos dela são templos
Deuses e ventos cantam a música
Os seus cabelos são teias
Elos, cadeias de sóis veranicos
Em sua boca as palavras têm ritmo, vida
Alma perdida no seu batom
Teço em tons o amor
Ando pra lá de ciúmes
Do seu perfume de aura oceânica
Óleos de brisas botânicas
Meu supersônico, meu amor
Em sua pele de seda
Que se proceda com toques mágicos
Mona de pele mais lisa
Sopro de brisa, beleza exótica
Enigmática sedução, oração, mito
Algo infinito entre o mal e o bem
Muito além do sol
Pontualidade britânica
Arte anatômica, forma, estética
Deusa embrulhada na túnica
Da espera única, meu amor
FANTASIA
Newton Baiandeira
Mire aquela chama
Que brilha lá no céu
É a estrela do oriente
É a promessa de uma nova luz
Há esperança em cada alegoria
Há tanta coisa pra se ver
Há tanta dança nessa fantasia
Tanta poesia a se viver
Vai, pega essa estrada
Já não há perigo
Brota do trigo uma nova flor
Vê, quanto caminho
Sozinho a te esperar
Vai, escolha sua estrada!
Siga as pegadas dessa nova luz
Vá, não pare nunca
Que esta vida é linda
E a dor só finda
Quando a gente ri!
PECADO ORIGINAL
Newton Baiandeira
Moça, mulher, menina, tesão
Dedos de Deus
Ápice divino, toque original
Quebras minha esquina
E me levas ao caos
Leveza natural do ser
Detalhe escultural da luz
Um anjo, estrela que conduz
Às considerações do amor
Eu te sinto, cálice de mel
Sei dos doces, fosse o teu zangão
Se eu pudesse te daria então
Corpo e vida, alma e coração
Lábios carmim, passas por mim
Pobre de mim, fera desvendada
Bicho em extinção
Pássaro sem asa
Brasa em sua mão
Um dia eu perco a sensatez
E mordo tua boca, então
Mostro-te as garras do leão
Faço-te um crime passional
Logo, algum juiz me leva ao tribunal
Condenas-me por pecado original
Cumpro pena numa cela de Alcatraz
Pago uma costela por um beijo a mais.
DOCE PECADO
Newton Baiandeira
Você é linda, mulher, tão menina
É tão latina essa América tua
Solta na rua, alma leve ao vento
Sou cata-vento girando em teu colo
Saio do solo e te encontro no espaço
No teu abraço sou tempo, sou vida
Asa partida, se você se parte
E se reparte entre os versos dos deuses
Vem, me perde, me acha
Encaixa-me no teu ventre
Que entre, que saia
Que caia no delírio
Reconheço-te no brilho dos astros
Sigo teu rastro num céu infinito
Doce, bendito pecado de anjos
Flautas e banjos inventam euforias
Sonhos, magias, folias, espasmos
Semens, orgasmos, libidos em chamas
Diz que me ama, eu te levo pro fundo
Dos mais profundos recônditos do amor
Reconheço-te no arco dos anjos
Sou teu marmanjo, me chama de menino
Algo divino entre o som e a palavra
Jóia de lavra no centro da terra
Erra quem diz que conhece a beleza
Tem alma tesa quem vive teu sonho
Olhos tamanhos mirando infinitos
Almas aos gritos, conflitos ao teu redor
segunda-feira, 6 de junho de 2011
MEU JARDIM DE INVERNO
NEVOANÇA
Newton Baiandeira
Camisa branca
Calça curta azul
Distintivo a meio pau
Não se via gente a metro
Só bruma à vista,
e o Conga escorregando
entre pedras de minério
até o Coronel José Batista.
Lições congelantes,
de tremer o pingo do i.
Frio saber de coisas!
O MANDA BRASA
Newton Baiandeira
Lá vinha o Manda Brasa.
Olhos que à névoa nada viam,
agora e então, ardiam por
fumaça de óleo diesel.
Inverno e inferno rimavam
espetáculos e obstáculos num
verso nada ecológico.
A beleza da neve tombava-se,
ia-se, à feiúra ascendida.
A MARIA FUMAÇA E A BRUMA
Newton Baiandeira
Da Maria, a fumaça se juntava à bruma.
Em que passava, deixava uma cortina de
invernos inusitados aos olhos da infância.
Já, à distância, a poeira branca baixava.
Às caras, pretas da fuligem resultante,
pairava, por alguns instantes, um novo
inverno de carnavais, confete e mascarados.
PIPAS AO INVERNO
Newton Baiandeira
As pipas subiam. Logo, sumiam de vista.
A linha da manivela desmentia altitudes
apregoadas. Quaisquer cinqüenta metros
acima e se ensopavam da névoa de julho.
Como se houvessem em nuvens, logo,
davam coietas as gerebas.
EM PRETO E BRANCO
Newton Baiandeira
A vida era um campo de murta
Pretinho, tal qual meu terno
Que tirava a calça curta
Lá, quando chegava o inverno.
A névoa cobria o campo
Da janela o que se via
Era um filme em preto e branco
De minha alma que morria.
FOG AO FOGO
Newton Baiandeira
O “Beco dos Porcos” e,
logo ao lado, o “Água Espaiada.”
Acima, o “Ponto dos Aflitos”.
À luz daqueles lugares,
indiferente à bruma, alheio ao
neblinaço, o inverno era requentado
prato a se degustar: o Fog ao Fogo das almas.
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