OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





quinta-feira, 19 de maio de 2011

SOB A LUZ DA LUA, À SOMBRA DOS OLHOS




À SOMBRA DOS OLHOS
Newton Baiandeira

Se parcos meus gestos, vasto é meu coração de amar.
O sentir, se não visto, age em pulsações em mim.

Se não crês, à falta de gestos, ouse a desertos leitos curvar-se.
E saberás de timidez mais que de indiferenças.
Verás, e então, o amor que busca com olhos e tato.

Verás, por fim, que o amor em mim é um dar-se de corpos sós...
E almas inteiras a todo o universo.

LUNÁTICAS
Newton Baiandeira

Essa lua me deixa tonto
A breve findar.

Os dois à cheia
E esse controverso dos diabos
E esse amor dentro da garrafa
Feito anjo a beijar meu vício.

De sob lua o verso rasga as cordas
E essa garganta, a rosnar de cão,
Rimando espera com já vai tarde!

Uvas e luvas o vinho me cabe
O amor, quem sabe?

Eu deixo essa lua tonta
A breve despencar dos céus!

DE MALAS PRONTAS
Newton Baiandeira

Que bonito!
Partir é partir meu coração.

Repartir-se-á.
Ficarei pedaços a juntarem-se.

Dividir-se-á.
Ficarei quebra-cabeça a jogar-se.

Cão correndo atrás do rabo
Mijando em postes
Demarcando território alheio
Que feio!

MARIA RITA
Newton Baiandeira

Chego ao pôr-do-sol num caminhão
Corpo ensopado de suor
Ela me espera no portão
Coisa bonita de se ver
Maria Rita, meu amor!

Achega-se em mim caudalosa
Com cheiro de rosa, flor mais bela
Enrosca-se em meu pescoço com tanto alvoroço
Gosto dela!

Serve o jantar como se serve ao céu
Uma oferenda banhada de mel
Comida em fartos temperos do amor

Sob os lençóis, mil carinhos de amor
Mal fecho os olhos e o despertador
Avisa à hora e lá vem caminhão

De novo trabalhar
Pra poder sustentar Maria Rita.

SÃO FRANCISCO DE MINAS
Newton Baiandeira

Pontas de pedra, cancelas de Minas
Longas e velhas estradas de terra, Minas!

Em Guia Lopes nasce o São Francisco
Umedecendo os sedentos sertões de Minas!


Tira os segredos da velha canastra
Eis que se alastra e o mundo conhece Minas!

Água nascendo no olho da serra
Às vezes, penso que é o pranto da velha Minas!

Vão águas claras cortando o nordeste
Levam pros mares histórias da velha Minas!

São relampejos dos olhos brilhantes
Águas ao mar, São Francisco de Minas!

Topei no topo, um tope
Tô partindo agora
Pro sopé da serra
Tá chegando a hora

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