OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





quinta-feira, 21 de abril de 2011

ECOS DA SEMANA SANTA



ANJOS
Newton Baiandeira

São Gabriel
São Rafael
Meu São Miguel Arcanjo

Meu Querubim
Pede por mim
Cuida de mim, meu anjo

Virtudes soltas no gás
Quero a fortuna da paz
Meu Serafim do além
Guarda meus passos, amém!
Protege o meu coração
De toda desilusão

Asas de Deus,
Cuidem dos meus
Doces irmãos da arte

Fazei de nós
Dedos de Vós
Pintando em toda parte

Todas as formas da cor
Um arco-íris do amor
Meu anjo, São Gabriel
Guarda-me dentro do céu
Meu São Miguel Arcanjo
Cuida de mim, meu anjo.

PROCISSÕES
Newton Baiandeira

Displicentemente,
A gente segue em frente
Paulatinamente, a pé
Intimando deuses
Pra milagres santos
Pra justificar a fé

Procissões eternas
De doer as pernas
Pra se alcançar perdão
De tantos pecados
Mal interpretados
No antro da reflexão

Obras do demônio
E esse manicômio
Asas do infortúnio
Pairam sobre nós

Longe dos deveres
Párias dos poderes
Agradecem nosso algoz
Por manter acesa
A chama da pobreza
Que sufoca nossa voz

PALAVRA DE DEUS
Newton Baiandeira

Não faça sacrifícios pra chegar a mim
Pois não virá a mim aquele que não for feliz
Somente seu espelho pode refletir
Tudo quanto você é

Eu sou você no espelho
Eu sigo os teus conselhos
Eu faço tudo que você quiser

Pra ser feliz basta apenas me amar
E ninguém pode medir
Tempo, modo ou lugar

Ninguém tem passe livre pra falar por mim
Somente seu espelho na verdade é seu pastor
A vida viverá
Enquanto houver amor
Se você é feliz eu sou

DIVINO É O PERDÃO
Newton Baiandeira

Eu olho pro céu
E sinto pulsar
O meu coração, ó Deus!(Jesus)
Minha alma se enleva então
E em minha oração Senhor
Eu rogo por mim

E todo o redor
E todos, irmãos
De boa vontade, ó, Deus!
Por todos os filhos teus
Nos daí vossa paz, senhor!
Já sinto os sinais

No ar que respiro
À luz do sol da manhã
Nos rios e mares
Verdes mais do hortelã

Nos templos, fiéis
Nas tintas, pincéis
Nos homens de bem

Que impíos e ateus
São todos de Deus
Divino é o perdão

LUZ DE DEUS
Newton Baiandeira

A luz que brilha aqui
Não é a mesma luz
Que se produz na usina
A luz que me ilumina
É a luz do sentimento
Que vem do firmamento
E toca o catavento da paixão

O brilho dessa luz
Vem do amor de Deus
Chega-me sem um fio
Entra-me pela alma
Sem taxas ou tarifas
Sem corte repentino
O preço do Divino é minha fé!

HONRAR A CRUZ
Newton Baiandeira

Se te causa dor carregar tua cruz
Pensa com fervor no Senhor Jesus
Que sem qualquer culpa se sacrificou
Não se justifica teu clamor

Mira nosso rei
Com poder à mão
Se humilhar, sangrar por nossa estupidez
Se elevar ao pai e rogar por nós
Se isto não responde a tua lógica

Por seu pecado meu irmão
Pra aliviar a tua dor
Honre tua cruz
Nela padeceu Jesus

PELO PASSEIO
Newton Baiandeira
Vem meu amor
Pela Rua do Bongue
Brincar de ping-pong
Mirar o Castelinho
E desaguar na Matriz
Pôr carta no Correio
Pegar pelo passeio
Lições do ABC

Ali morava o poeta
Em frente era a Câmara
Se criava as leis
Vem além da Praça do Centenário
A Igrejinha do meu Rosário
A festa de Folia de Reis

Ah! Meu tempo de menino, a procissão
Ah! Um elo na corrente de orações

Moças, beatas no terço
Do fim ao começo
Lopinho e Lopão
Ai que saudades das bandas
Fazendo cirandas no meu coração

ANJOS DA NOITE
Newton Baiandeira
Meninos de rua
No jogo da sorte
Aos ventos do norte
Não sabem voar

Nos becos da vida
À beira da morte
Quais ventos do norte
Não podem voar

Ao som de rock and roll
Um copo de cerveja Skol
Vão aves marginais
Num céu de anjos canibais

Meninos da noite
Achados na vida
Por balas perdidas
Não podem voar

Pedaços da noite
No jogo do ódio
Não chegam ao pódio
Não sabem voar

Escravos da ilusão
Dos anúncios da televisão
Retórica do amor
No discurso de um governador

CICLO
Newton Baiandeira

Nascer, acesa a luz, brincar, correr
Sem se prender ao amanhã
Sorrir, acontecer, ganhar o sol
A vida é cheiro de hortelã.

Voar no tobogã, roda gigante,
O sonho preso num barbante,
A vida em volta de um balão.
Rolar nos movimentos do planeta
Não há boi-da-cara-preta,
Não existe solidão.

Crescer, sonhar, não ter, lutar, sofrer,
Desaprender a ser feliz.
Juntar, poupar, adoecer, juntar
Poupar riquezas pra amanhã.

Futuro pronto, o coração tá cheio
Uma carta do correio
Diz que é o fim da ilusão
Chorar, se arrepender e rogar praga
De repente, a luz se apaga
E é o fim da canção.

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