OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MIRAR-SE, CONTEMPLAR-SE, DESCOBRIR-SE EM ONDAS



DEVANEIOS
Newton Baiandeira.

Penso, logo desisto! Eis que a perfeição só existe
no plural, como estado. Ou negue-se a Roda!

Ou pare o mundo!

DESCOBRIR-SE
Newton Baiandeira

Descobri-se, ir-se então a si, ao mundo.
Dar-se de vez ao sonho, guardar a si livre.

Tão vasto o mundo, tão largo o sonho, farto é o desejo
O sorriso a oferecer à parcela de sol conquistada
E nada impedirá seu sonho de romper o tempo, voar.

No ápice do viver/conviver a vida,
Achar-se então perdida na própria beleza.
Tonta de si, ávida de mais do que mais houver
E a vida a sobrar-lhe oferecida, intensa, imensa.

Há que fazer-se da terra em transe
Há que ressurgir de cada fogo
Há que se banhar de toda água
Há que tomar o mel de todo bálsamo

Mais que o arcanjo, anjo,
Há que ser mulher e dar á luz
Há que iluminar o universo
Há que imortalizar os homens

Pra que a eternidade não compreendida
Se faça à vida, pelo belo, pelo simples, pelo frágil
Pela inocência, ao equilíbrio, à consciência, enfim,
De que o universo, tenho pra mim, se chama Mulher!

Imensidões, infinitos, universo a desvendar.

CONTEMPLAR
Newton Baiandeira

Contemplando o horizonte
Reflito a fundo instante
Eis que de infinito preciso
Urge que de dor eu cante

E nem houvera juízo pra tanto amor
Que nem há que amor explicar-se, ora!
Fora isso, nem dois disso!

Dou-me as asas vestir
E, pássaro, entrego-me ao vento
Vôos famintos, adentro-me ao luzir

Então e tudo é só silêncio que desmorona
Amor que se destrona, falta que cavuca

E todo dia tenho que às dores
Emprestar vôos de águias e condores,
Por tão amores que esse peito inventa

Terra, maluca de jogar pedra
E esse meu coração que não medra
E essa minh’alma que já não se agüenta

Antes, em que perguntas
Se me aprumo, sem rumo, pra quê?
Se vou, se volto ou o quê?
Não mais sob medidas e pesos
Não mais preso a justificativas
Vou aonde não há perguntas buscar respostas.

Então e tudo é só silêncio que desmorona!

SETE MIRAR-SE
Newton Baiandeira

Contemplar-se às sete faces do espelho.
Entranhar-se às sete curvas da alma.

E, à calma, o amor aflorando a pele, após
rasgar o peito e abrir o coração ao mel/sal
da vida; achar-se, enfim, além do chão.

E, à palma da mão o bálsamo e a lâmina.

Ser ou não ser? Há que seja, há que vá!
Viver é um perigo, o perigo está à curva.

E não há reta precisa, inviolável, que leve
ao amor imenso, que ache o amor intenso.

Há que ser e ir.
Há que o amor seguir
Há de ser forte à lida
Há que ser toda à vida!

Mirar-se, admirar-se, descobrir-se única!

DE ONDULOSIDADES
Newton Baiandeira

Ondas me encantam
De mares e montanhas
Sou e vou, alma mergulhada
Em saltos, altos e baixos.

Às vezes, me desmontanho
E se Minas não tem mar
Faço-me aMAR o Rio

Deixo-me escorrer ao Corcovado,
Olhos de doze profetas no Cristo Redentor.

Longe o mar, eu cá de novo ao deslizar de serras
Montanhas ondulantes a muito mais que antes
A me entranhar de alívios, de contar corcovas
Às finas covas de meu eu quando findar.

Montanhas e mares, ondulares, pulsares em mim!

Imagem Google

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