OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





segunda-feira, 6 de junho de 2011

MEU JARDIM DE INVERNO




NEVOANÇA
Newton Baiandeira

Camisa branca
Calça curta azul
Distintivo a meio pau

Não se via gente a metro
Só bruma à vista,
e o Conga escorregando
entre pedras de minério
até o Coronel José Batista.

Lições congelantes,
de tremer o pingo do i.
Frio saber de coisas!

O MANDA BRASA
Newton Baiandeira

Lá vinha o Manda Brasa.
Olhos que à névoa nada viam,
agora e então, ardiam por
fumaça de óleo diesel.
Inverno e inferno rimavam
espetáculos e obstáculos num
verso nada ecológico.
A beleza da neve tombava-se,
ia-se, à feiúra ascendida.

A MARIA FUMAÇA E A BRUMA
Newton Baiandeira

Da Maria, a fumaça se juntava à bruma.
Em que passava, deixava uma cortina de
invernos inusitados aos olhos da infância.
Já, à distância, a poeira branca baixava.
Às caras, pretas da fuligem resultante,
pairava, por alguns instantes, um novo
inverno de carnavais, confete e mascarados.

PIPAS AO INVERNO
Newton Baiandeira

As pipas subiam. Logo, sumiam de vista.
A linha da manivela desmentia altitudes
apregoadas. Quaisquer cinqüenta metros
acima e se ensopavam da névoa de julho.
Como se houvessem em nuvens, logo,
davam coietas as gerebas.

EM PRETO E BRANCO
Newton Baiandeira

A vida era um campo de murta
Pretinho, tal qual meu terno
Que tirava a calça curta
Lá, quando chegava o inverno.
A névoa cobria o campo
Da janela o que se via
Era um filme em preto e branco
De minha alma que morria.

FOG AO FOGO
Newton Baiandeira

O “Beco dos Porcos” e,
logo ao lado, o “Água Espaiada.”
Acima, o “Ponto dos Aflitos”.
À luz daqueles lugares,
indiferente à bruma, alheio ao
neblinaço, o inverno era requentado
prato a se degustar: o Fog ao Fogo das almas.

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