
MUSA
Newton Baiandeira
Os olhos dela são templos
Deuses e ventos cantam a música
Os seus cabelos são teias
Elos, cadeias de sóis veranicos
Em sua boca as palavras têm ritmo, vida
Alma perdida no seu batom
Teço em tons o amor
Ando pra lá de ciúmes
Do seu perfume de aura oceânica
Óleos de brisas botânicas
Meu supersônico, meu amor
Em sua pele de seda
Que se proceda com toques mágicos
Mona de pele mais lisa
Sopro de brisa, beleza exótica
Enigmática sedução, oração, mito
Algo infinito entre o mal e o bem
Muito além do sol
Pontualidade britânica
Arte anatômica, forma, estética
Deusa embrulhada na túnica
Da espera única, meu amor
FANTASIA
Newton Baiandeira
Mire aquela chama
Que brilha lá no céu
É a estrela do oriente
É a promessa de uma nova luz
Há esperança em cada alegoria
Há tanta coisa pra se ver
Há tanta dança nessa fantasia
Tanta poesia a se viver
Vai, pega essa estrada
Já não há perigo
Brota do trigo uma nova flor
Vê, quanto caminho
Sozinho a te esperar
Vai, escolha sua estrada!
Siga as pegadas dessa nova luz
Vá, não pare nunca
Que esta vida é linda
E a dor só finda
Quando a gente ri!
PECADO ORIGINAL
Newton Baiandeira
Moça, mulher, menina, tesão
Dedos de Deus
Ápice divino, toque original
Quebras minha esquina
E me levas ao caos
Leveza natural do ser
Detalhe escultural da luz
Um anjo, estrela que conduz
Às considerações do amor
Eu te sinto, cálice de mel
Sei dos doces, fosse o teu zangão
Se eu pudesse te daria então
Corpo e vida, alma e coração
Lábios carmim, passas por mim
Pobre de mim, fera desvendada
Bicho em extinção
Pássaro sem asa
Brasa em sua mão
Um dia eu perco a sensatez
E mordo tua boca, então
Mostro-te as garras do leão
Faço-te um crime passional
Logo, algum juiz me leva ao tribunal
Condenas-me por pecado original
Cumpro pena numa cela de Alcatraz
Pago uma costela por um beijo a mais.
DOCE PECADO
Newton Baiandeira
Você é linda, mulher, tão menina
É tão latina essa América tua
Solta na rua, alma leve ao vento
Sou cata-vento girando em teu colo
Saio do solo e te encontro no espaço
No teu abraço sou tempo, sou vida
Asa partida, se você se parte
E se reparte entre os versos dos deuses
Vem, me perde, me acha
Encaixa-me no teu ventre
Que entre, que saia
Que caia no delírio
Reconheço-te no brilho dos astros
Sigo teu rastro num céu infinito
Doce, bendito pecado de anjos
Flautas e banjos inventam euforias
Sonhos, magias, folias, espasmos
Semens, orgasmos, libidos em chamas
Diz que me ama, eu te levo pro fundo
Dos mais profundos recônditos do amor
Reconheço-te no arco dos anjos
Sou teu marmanjo, me chama de menino
Algo divino entre o som e a palavra
Jóia de lavra no centro da terra
Erra quem diz que conhece a beleza
Tem alma tesa quem vive teu sonho
Olhos tamanhos mirando infinitos
Almas aos gritos, conflitos ao teu redor
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