OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENTRE CANTOS E FALAS ITABIRA AFORA




VIVALDINO DA HORA
Newton Baiandeira

Era um sujeito indeterminado
Rogava, às sombras, pragas à luz.
E, sem contraditórios, fartava-se em gozo.

Quando, subentendido às orações, quase o 
achavam, a uma vírgula de ser determinado 
tornava-se o sujeito oculto, escapava por 
metáforas e ponto final.

NEVOANÇAS
Newton Baiandeira

Camisa branca, calça curta azul
Distintivo a meio pau.

Não se via gente a metro
Só bruma à vista. 

E o "Conga" escorregando entre 
pedras de minério até o Grupo 
Escolar Coronel José Batista.

Lições congelantes 
De tremer o pingo do i.

Frio saber de coisas!

PRÓXIMO ARTIGO: Todo homem terá o direito de chorar de alegria e emoção ao ver a beleza, tocar no simples, encontrar-se com a arte. NB

DE ETERNO GIRO
Newton Baiandeira

Ah, o amor!
Não fosse a dor, talvez não tanto o amasse.
Assim, não há o que lamentar de seu legado a mim:
Mel e sal, inferno e céu, bálsamo, vulcão.

Esse meu coração não cabe em si de perder-se,
De achar-se, ferir-se, curar-se à seiva da vida;
De dar-se de alma elevada ao tudo e todo orgasmo.

Queima-me! Rasga-me! Recolho meus pedaços
E de novo dou-me ao laminaço, de novo faço
E de novo me infinito aos findares e recomeçares.

Não me haveria vida sem amor ou amor sem chama
Há que queimar-se por alcançar o paraíso, o encanto.
Portanto, cruz pela luz, há que findar esse mundo, a
vida não!

DE SOMBRAS E SOBRAS
Newton Baiandeira

Há vida em dúvidas e dívidas.
Há dívidas entre ter e ser.
Há dúvidas entre querer e poder.

Sem qualquer sombra de dúvida,
Sem qualquer sobra de dívida,
Somos o que somos.
E o que somos, nem sempre é o
que julgamos ser.

Ter não modifica isso. Apenas,
soma-se ao que somos.

Ao fim das contas, nada levamos.
Fica o que fomos, quiçá, sob aplausos.

À sombra da dúvida descanso.

O MANDA-BRASA
Newton Baiandeira

Lá vinha o Manda Brasa.
Olhos que à névoa nada viam,
agora e então, ardiam por
fumaça de óleo diesel.

Inverno e inferno rimavam
espetáculos e obstáculos num
verso nada ecológico.

MEU PALCO ERA UM JEEP
Newton Baiandeira

Eram os anos 1960 e eu adolescia. Era um JEEP velho, daqueles com um toquinho de madeira nas laterais do capô. Era um microfone que mal cabia às mãos do menino e mais, dava choques. 

Casas, janelas, portas e terreiros; estradas, matas, caminhos e pinguelas, sempre lotados de gente, íamos entre cantos e falas pela Itabira a fora. 

Eu cantava uma música e entregava o microfone. Daniel Grisolia falava umas coisas bonitas para as pessoas dos caminhos e me devolvia. Mas, logo retornava às falas bonitas e eu, doido pra cantar, ruminava ansiedades. O Jeep dançando em curvas e buracos.

Eu só voltava pra casa à noitinha, minha mãe a xingar rouquidões! Minutos de xingos, dias de moedas, doces e balas, aqueles!

CAUSA E EFEITO
Newton Baiandeira

O passado é a causa do novo. 
Veio antes, cavou os caminhos 
em que ora piso rumo ao futuro. 
Em que tempo me sobra eu paro
Volto-me pra um alô: bença, vô!

Foto: troféu/homenagem recebido da Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG).

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