OLÁ, AMIGOS!

Como retribuir ao universo a dádiva da vida, pensava. Agradecendo a Deus todos os dias. Dividindo com o mundo o que de melhor me ocorresse na alma, o que eu mais amasse em mim. E respondia à minha própria busca: Arte, a única coisa que diferencia os homens. Eis então minha oferenda ao mundo, minha contribuição para a humanidade: minha arte. Melodia como veículo de minha poesia e vice-versa, minha arte sou eu, levando a quem quiser ouvir minha forma de compor, escrever e cantar o universo e o acontecer das coisas que vivencio. O que canto ou escrevo é o que há de mais profundo em meu coração. Rogo por agradar a quem me ouvir ou ler. Benvindos e obrigado pela visita! Newton Baiandeira





domingo, 7 de agosto de 2011

NAS LAVAS DO VULCÃO



A PASSAGEM
Newton Baiandeira

Andas fundo n’alma
Não passarás ao raso da vida
Ficarás, flor renovada a cada primavera
Não te adentras, então passarás e só.

DESTERRO
Newton Baiandeira

No final da linha barro seco
Se mandou de alma em becos
O que tinha pra levar levou
Corpo, alma, desejos, sinas
E as esquinas que freqüentava
Lavam-se em lavas de vulcão

SEM REGRAS
Newton Baiandeira

Não se deixe escravizar pela gramática
Nem se abalar às estruturas poéticas
Diga o que diz-lhe o coração
Fale o que lhe couber a boca
A poesia é um acontecer
E alma não tem estrutura
Isso é coisa dos homens
Um escritor é um poeta está

BATIDAS DO CORAÇÃO
Newton Baiandeira

Vem ver o meu coração pulsar
É uma sensação de mão no pilão de amar

O sol parece que vai chover
E se acontecer o amor não virá

Ó, natureza, quão sombrias nuvens!
Será uma conspiração
Só pra ouvir as batidas do meu coração?

Soca pilão a que moa saudades
Ausência ensopada
Natureza invejosa.

RASGO OS ÓIOS DE TE VER
Newton Baiandeira

Tanto tempo a gente não se vê
Todo mundo fala bem docê
Tô cansado de rezar procê
De repente aparecer por cá

Flor de cheiro vivo de regar
Com as lágrimas do meu olhar
Horizontes vivo de buscar
Rasgo os óios de poder te ver

Sou um pássaro sem asa ai amor
O meu peito fogo em brasa queimou

Ai, amor, eu quis pagar pra ver
Dei na estrada pra longe docê
A distância traiçoeira
Me pegou numa rasteira
Tô pedindo seu perdão

Tô morando numa região
Sem antena de televisão
Sem notícia desse mundo
Num buraco meio fundo
Que eu chamo de solidão.

METALISMÃ
Newton Baiandeira

Pico do Amor
Meu Cristo Redentor, meu céu
Fonte de prazer
Eterna produção de mel

A cidade, lá embaixo
Se vale do que lhe vier
O trem na estação
E a vida vai seguindo a pé

Tudo é poesia à flor da pele
Vele o vale, quanto pesa uma paixão?
Que a fotografia não revele
O metalismã do coração.

Pedra Lisa é coisa do amor
Que só se explica
Na mais lavra rica da paixão.
“Vila da Utopia”
Que a razão identifica
Na fração mais rica do Japão.

A MESMA CANÇÃO
Newton Baiandeira

A mesma canção
Que a gente cantou
Quando era o amor
Um sonho pra nós

É a mesma que após
O pote de mel
Inverte o papel
E bate feroz

E essa dor!
Que saudade
Saudade de nós!

Ah, meu amor!
Assim não dá pra esquecer!
Lá vem você
Nas entrenotas dessa canção

Compartilhando meus dias
Varando luas e sóis
Marcando a minha agonia
De sustenidos, bemóis!

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