
PATRIAMÃE
Newton Baiandeira
Amada pátria, mãe
De todas as manhãs
Sagrado coração da terra
O universo respira
Na força de teus pulmões
Os mártires, heróis
Cravados em teu chão
Refletem na explosão dos sinos
Meninos mais brasileiros
Do meu Brasil
Das hostes mais honestas
De virtudes tais
Das artes, atitudes
Velam teus quintais
Amada pátria mãe
Teus filhos geniais
Transformam dor em carnavais
CHORAMINGUANDO
Newton Baiandeira
Nalguma rua do bairro Pará
Um violão anunciava o tom
Um reco-reco vinha celebrar
O anoitecer da terra de Drummond
Um sete cordas passeava em si
Dedos e pensamentos nos bordões
Felicidade ainda morava ali
Entre ruelas, bairros, casarões
O bandolim jorrava poesia
O cavaquinho celebrava a vida
Choro chorado, bem temperado
Tirando lascas da minha paixão
E um sete cordas roendo as bordas
Das pratinelas do meu coração
Rego de choro a flor do abacate
Celebro a arte, “Vila da Utopia”
Choro chorado, bem temperado
Tirando lascas da minha paixão
E um sete cordas roendo as bordas
Das pratinelas do meu coração
ASAS DE MARCÉU
Newton Baiandeira
Feito Fernão na rota do sol
Céus infinitos, nuvens de fino algodão
Malabarismos ao léu, o meu limite é condor
Feito Capelo, meu beija-flor a rolar
Por primaveras astrais, desembrulhar horizontes
Feito Gaivota deixar a fonte jorrar
Vão minhas asas adiante do que viver navegar.
TOCAIA
Newton Baiandeira
Ê! Estradas de Minas, ê!
Ê! Paredes de barro, ê!
Ê! Espelho das águas, ê!
Ê! Apitos de trens, aê!
Espingarda armada, tocaia, ê!
Emboscada na encruzilhada, ê!
Cada serra esconde uma sombra
Cada monte guarda um gemido
Cada voz é um canto de medo
Um segredo bem escondido, ê!
Ê! Estradas de Minas, ê!
Ê! Caminhos que vão pro sol!
Liberdade é filha de lá!
Libertas Quae Sera Tamen!
Todo passo tem que passar por lá!
Toda estrada tem que passar por!
Toda a história passa por Minas!
O país é livre por Minas!
Cada voz é um canto de glória
Na memória viva de Minas, ê!
Ê! Conheço essa estrada, ê!
Ê! Sou filho de minas, ê!
Liberdade da pátria, ê!
Libertas Quae Sera Tamen!
OFICINAS
Newton Baiandeira
A canção que a gente faz
Se refaz em sílabas
Carnavais, temporais
Derramar de mel
Entornar de sal
São infernos, céus, invernos, verões
Nada como antes foi mais será
Estados da alma vão revelar
O sai e entra que se concentra dentro de nós
E na alquimia, à utopia , a poesia se faz
Durante o processo da criação, à alquimia de palavras
e sons, o ir às lavras da alma, às minas do universo, às
nascentes do acontecer da vida; entrar em frangalhos,
saír inteiro e farto. Às vezes, salta-nos do corpo a alma
e tudo acontece. NB Imagem Google